Três mil pessoas se reuniram para discutir Mobilidade Urbana na Arena ANTP 2019

ArenaANTP

Mobilidade urbana é uma das principais preocupações de toda a sociedade nos dias atuais. De grandes empresas a entidades do terceiro setor, poder público e grande parte da população. Neste cenário, aconteceu durante os dias 24, 25 e 26 de setembro a Arena ANTP – Congresso Brasileiro de Mobilidade Urbana que reuniu no Transamérica Expo Center, em São Paulo, os principais atores do ecossistema do transporte público para apresentar soluções e fomentar o debate em torno da mobilidade urbana. Mais de três mil pessoas estiveram presentes para visitar a feira de negócios e fazer uma imersão no conteúdo compartilhado durante as palestras, apresentadas por autoridades nacionais e internacionais, representantes das entidades do setor e grandes empresas.

O evento proporcionou ao público presente conhecer os principais avanços no tema, impactos no trânsito, meio ambiente, benefícios para a população, entre outras discussões. Além disso, os visitantes puderam ficar por dentro dos projetos de curto e longo prazo que cidades como São Paulo, Campinas (SP), Vitória (ES) e o Estado de São Paulo estão planejando e implementando para otimizar a mobilidade urbana e melhorar a vida das pessoas na cidade.

Transdata

A Transdata levou à Arena ANTP novidades como uma nova geração de câmeras voltadas ao sistema de biometria facial. Além disso, expôs um conjunto de soluções desenvolvidas com o conceito Ticketing as a Service.

A tarifa pode ter descontos, condições de pagamento diferenciadas ou exclusivas a alguns passageiros. A Biometria Facial é a solução antifraude para evitar que pessoas não autorizadas usem os benefícios. A câmera de Biometria Facial, integrada ao V6, verifica de forma rápida e automática cada acesso realizado. As imagens são comparadas por reconhecimento facial com as do cadastro do usuário. É gerada uma lista de acessos suspeitos que permite até bloquear cartões usados irregularmente.

Já sobre o conceito ticketing as a service, refere-se ao uso da internet e aplicativos móveis nas atividades de autoatendimento tais como recarga automática dos serviços de gerenciamento de cartões, e, registro e aquisição do produto. Nesta iniciativa, a venda casada de soluções deixa de existir a fim de abrir as portas para ofertas modulares nas quais os consumidores são capazes de priorizar as reais necessidades individuais e pagar apenas pelas funcionalidades utilizadas. Ou seja, o TaaS é o caminho ideal de otimização não somente de um único produto, mas de toda a cadeia de entregas em si.

Ao abordar as características desta tendência, é possível citar o perfil modular que se adequa a diversas mídias sem contato (smart cards, EMV cards e smartphones) com o intuito de estruturar variados modelos de tarifação (account based ticketing, tap in - tap out e pay as you go). Por fim, a iniciativa que integra todos os serviços em uma solução promove uma operação em conjunto ou de forma separada.

A tecnologia de ticketing-as-a-service representa uma grande inovação para o setor de transporte público ao proporcionar a customização de funcionalidades dentro da realidade de cada consumidor. No entanto, o alcance do sucesso com o uso do TaaS remete a uma reflexão sobre as seguintes demandas dos passageiros: comodidade, segurança e agilidade.

Debates

Os debates da Arena ANTP envolveram desde políticas para maior incentivo da mobilidade ativa até ações necessárias para a evolução do transporte público estruturante nas cidades: ônibus e trilhos. Dentro disso, o debate envolve questões tecnológicas com serviços que facilitam o dia a dia dos usuários, como as novas formas de pagamento por meio de aplicativos, débito e crédito, e métodos por aproximação dos cartões nas catracas.

Também fizeram parte do debate questões como segurança viária e acessibilidade, que são desafios permanentes da sociedade brasileira, e compliance no transporte público, um assunto recente nas discussões. Além de serem tratadas as questões de gênero no mundo da mobilidade urbana.

A discussão também passou pela mobilidade elétrica. O tema “Matriz Energética” reuniu as entidades do setor e destacou as vantagens do HVO (Hydrotreated Vegetable Oil) ou Diesel Renovável com alternativas. Itamaraty e a Petrobras colocaram em evidência a importância do desenvolvimento de novas soluções para a mobilidade, do ponto de vista da energia limpa, sustentável e renovável.

A ANTP aproveitou para levantar a discussão em volta do crescimento do uso de aplicativos de transporte individual. A associação apresentou um estudo inédito em que avalia três cenários hipotéticos (migração da demanda dos ônibus para apps em taxas de 10%, 20% e 30%) e indica que o aumento dos quilômetros rodados por carros (de 19% a 57%) provocaria maior emissão de poluentes, elevando a taxa entre 11,9% e 43,2%. Cresceria também a emissão de gases causadores do efeito estufa (CO2), que ficaria entre 21,3% a 77,5%. A taxa de acidentes com vítimas pode subir de 2,8% a 8,4%. E, com o aumento do trânsito, cresceria também o custo operacional das empresas de ônibus: 10,9% a 32,9%.

Andriei Galdini